A ira os olhos ardeu-me,
minh'alma ebuliu:
amargo líquido a vida é,
tomado em dose de cachaça.
Sombra tornar-me-ei,
às hienas cirandeiras deixada,
que nenhuma luz extinguirá
ou breu algum oculte.
Anêmico negrume deixo
em frio ferro fúnebre,
desonradas gotas.
Há de cobrir a carne os vermes,
os ossos a poeira
e todo pó memória ser.
23.7.10
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