31.5.12

Noite rubra

Trôpego, na noite nefasta,
Debrucei-me na cama rubra.
Ornava a namorada ruiva —
Lume argênteo, folha encarnada.

Eu, ébrio de ideias nefastas
E lívido co’ a amante rubra,
Tomei da cabeleira ruiva —
Lume argênteo, folha encarnada.

Ergui a lâmina nefasta
E vislumbrei lágrimas rubras.
Levou-me o brilho da mi’a ruiva —
Lume argênteo, folha encarnada.

Incrustei-me a prata nefasta,
Co’ o punho firme e a palma rubra.
Unia-me à formosa ruiva —
Lume argênteo, folha encarnada.

Mas não veio a deusa nefasta,
Da cintilante foice rubra,
Que encravara na bela ruiva —
Lume argênteo, folha encarnada.

Trêmulo, da alcova nefasta
Fugi em caminhada rubra,
Deixando sobre a virgem ruiva —
Lume argênteo, folha encarnada.

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