Há-me necessidade de morrer.
As pernas sentem o cansaço da vida:
Quero descansar os olhos,
Pousar as costas.
Tenho preguiça demais.
Arrasto o amanhã para longe, lento.
Escureço as manhãs.
“Hoje, não”, tenho dito a mim,
Tenho dito a tudo.
Não me há vontade de viver.
Sinto que as pernas só querem dobrar-se,
Os olhos se cansam,
As costas doem.
Há-me demasiada letargia:
Arrasto-me por corredores, degraus e ruas.
Escureço-me aos transeuntes.
Hoje, não.
Hoje, não moverei um músculo.
Há um grande cansaço de estar vivo.
Estiro as minhas pernas:
Os meus olhos são sono,
Como as costas.
Faltam-me vontades.
Sempre faltaram, então tudo se arrasta,
Como as sombras.
Hoje, não. Não... Não...
Hoje, não sou.
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