3.1.10

Soneto

Há no meu peito um tufão.
Nas veias, rápidas correntes
Que, perniciosas serpentes,
Marulham torpe coração.

Precipitada tez sombria
Liquefaz olhos deslumbrados
Em néctar para o carrasco.
Oh, funesta melancolia!

Em turva água me sufocas
Por ser o mais terno amante
Da senhorita mais formosa.

Outra vez marcharei errante
Por quantas estradas lodosas
Revelarem-se doravante.

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