Dianinha,
Gostavas de cada bicho!
Seguiam-te pelo grande pátio da escola,
Montavam guarda à tua mesa,
Na sala.
Eu te seguia com os olhos —
Mãos ocultas,
Num presentinho tímido.
Um era cão gordo,
Loiro escovado,
Caninos inferiores salientes.
O outro, abutre esguio.
Brancos.
Eu não era muito branco.
Já nos falamos: eu e os bichos.
Nunca te falei.
Não tinha tempo.
Os bichos comeram o tempo,
Fartaram-se.
Nas sestas, os meus presentes.
Eles também nunca te falaram.
8.10.12
5.10.12
Poeminha
Pequena?
Pequenininha?
Eu nunca te falei.
Toma.
Eu não falo: estendo a mão.
Nunca te falei.
Os meus presentes eram pobres.
Éramos pobres.
Crianças.
Elas não se importam.
A mim, tu importavas.
Nunca falei.
Gostava do cabelo preto.
Do teu sono.
Paixão dá sono.
Não dormia.
Alguma vez falei que te amava?
Nunca.
Pequenininha?
Eu nunca te falei.
Toma.
Eu não falo: estendo a mão.
Nunca te falei.
Os meus presentes eram pobres.
Éramos pobres.
Crianças.
Elas não se importam.
A mim, tu importavas.
Nunca falei.
Gostava do cabelo preto.
Do teu sono.
Paixão dá sono.
Não dormia.
Alguma vez falei que te amava?
Nunca.
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