23.12.09

Decifra-me

O tempo a escassear.
Querer falar e não poder.
Querer presenciar a felicidade,
Essa mera ilusão.
Porém necessito da sensação.
Querer gritar e não poder.
Oh! Porque não te escapas tu da minha boca?
Palavras! Malditas palavras...
Mas palavras para quê?
Elas não ditam, não expressam, não agem,
As minhas palavras nunca fazem.
Tão pouco mostram quem eu sou.
E por pouco que não me vou!...
Que esta mente eu já não sei,
Se pensa loucura ou razão...
Uma companheira chamada melancolia;
Devaneios de uma alma perdida;
Não consigo tocar mais nesta ferida!
Dor que nem sabe onde dói,
Esse eterno dissabor.
Cessa-me o tédio e o ardor,
Sufocante, dominante...
Devolve-me a vida.
Faz-me acreditar.
Diz como se a dor não tivesse existido,
Que nem por ela o vazio é preenchido...
Devolve-me o sentido.
Oh! Tira-me esta máscara!
Esta barreira que me disfarça.
E que seja eu,
Nua e crua.